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Pesquisa : Brincadeiras

 

Como surgiu a brincadeira Vivo ou Morto?

 

Logo que saímos da vivência da brincadeira Vivo ou Morto, começamos a nos questionar: qual era a origem da brincadeira?

A ideia de que a brincadeira pudesse ter surgido na época das guerras parecia a mais acertada, até pelos próprios movimentos da brincadeira (se agachar, se deitar no chão). Depois, pensamos que poderia ter relação com outra brincadeira: o pega-pega. Sendo uma variação, talvez.

 

Segue um breve relato sobre a brincadeira:



"Minha infância foi no início da década de 70, no auge da ditadura, e me lembro que brincávamos de Vivo ou Morto tanto na escola como na rua com os colegas.

Esta brincadeira foi ensinada pelos adultos que se aventuravam a brincar juntos, distraiam as crianças numa época em que a televisão estava começando a entrar nos lares brasileiros.

A brincadeira consiste em um grupo de crianças espalhadas aleatoriamente sob o comando de um mestre. A intenção é que as crianças errem a comanda de levantar (vivo) ou agachar (morto). Quem erra sai da brincadeira e o último que ficar será o mestre na próxima brincadeira.

A impressão que passava é que quando o adulto se cansava de agachar e levantar insistia na comanda morto várias vezes ou vivo para descansar e retornar ao movimento.  O divertido era vê-los cansados sem fôlego,
então a atenção era redobrada para não errarmos.

 

 

 

Acredito que, assim como no passado também no presente não há chance: errou a comanda sai da brincadeira, o mestre deve fazer os movimentos
junto com o grupo, quem ficar por último comandará a próxima brincadeira.

Os comandos são verbais e incisivos para não deixar dúvidas do que é para fazer. Realizada de preferência com várias crianças, pois quanto maior o número mais divertido fica a brincadeira.

Quanto à origem fica a lembrança do tempo da infância, era uma batalha com um líder que dava as ordens e os recrutas que se submetiam as ordens, quem errasse estava morto, fora da batalha, e quem permanecesse por último seria o líder para guiar um novo batalhão, pois demonstrou ter mais habilidade e resistência física" (Inês Franzói).

 

Pesquisando pela origem da brincadeira Vivo ou Morto

 

Realizando buscas pela história da brincadeira Vivo ou Morto, pecebemos que não haviam informações quanto a origem ou o local onde surgiu a brincadeira, mas encontramos diferentes modos de brincar e variações da nomenclatura. 

 

Jeitos de Brincar

 

Morto Vivo 1

 

Uma criança é a líder e deve comandar as outras. Quando ela disser "morto", todos devem se agachar. Quando ela disser "vivo", todos devem levantar. Quando ela disser "caixão", todas devem deitar no chão. Quando uma pessoa erra o comando, ela deve sair da brincadeira. Ganha quem ficar por último.

Origem: Campinas (SP) - Fonte: Mapa do Brincar (http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/725-morto-vivo-1)

 

Morto Vivo 2

 

Em grupo, as crianças escolhem um participante para ser o mestre e obedecem às ordens dele. São quatro ordens, e para cada uma um movimento específico deve ser executado. O mestre deve ir dizendo as ordens de maneira embaralhada, fazendo a sequência que preferir, para confundir os participantes. Quem errar sai da brincadeira. Ganha o último que sobrar. As ordens e os movimentos são:

Morto: todos se abaixam.

Vivo: todos se levantam.

Zé do Caixão: ficam com o pé esquerdo e a mão direita apoiando o chão e o pé direito e mão esquerda no ar.

Saci Pererê: ficam pulando em um pé só.

Origem: Curvelo (MG) - Fonte: Mapa do Brincar (http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/726-morto-vivo-2)

 

Morto Vivo 3

 

Um mestre é escolhido para dar as ordens. As outras pessoas obedecem, e quem erra sai.

As ordens podem ser "vivo" (em pé), "morto" (agachado), "barata" ou "pipoca" (pula), "panela de pressão" (coloca o dedo na cabeça e roda o corpo), "magro" (mão na barriga), "gordo" (faz uma barriga com as mãos), "cabeludo" (faz uma bola com os braços em volta da cabeça), "careca" (mãos na cabeça), "samba" (a pessoa samba) e "hidroginástica" (faz polichinelo).

Quem ficar por último ganha.

Origem: Divinópolis (MG) - Fonte: Mapa do Brincar (http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/727-morto-vivo-3)

 

Variações 

 

Algumas brincadeiras, apesar de terem outros nomes, funcionam com a mesma lógica: agrupar uma turma e dar comandos de movimentos tentando confundir os participantes e eliminando-os quando não correspondem ao comando. Entre essas brincadeiras estão o "Dentro-Fora", "Rio-Barreira" "Duro ou mole" e senta-levanta.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/brincadeiras-regionais-sul-vivo-morto-700331.shtml

 

 

Cabo de Guerra: de onde vem?

 

O Cabo de Guerra não tem uma origem específica, mas acredita-se que surgiu a

partir de cerimônias e cultos no antigo Egito há cerca de 4.000 anos. O Cabo

de Guerra é considerado um esporte e participa de Jogos Mundiais, sendo patrocinado

pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). 

Por ser um esporte de disputa de forças, adentrou o mundo das brincadeiras e

é muito popular entre as crianças.

 

Jeitos de Brincar

 

Cabo de Guerra 1

 

As crianças se dividem em duas equipes com o mesmo número de participantes. 

Os dois grupos têm que segurar as pontas de uma corda e puxar para o seu lado.

Quem puxar a maior parte da corda para o seu lado ganha.

Origem: Cacoal (RO)

 

Cabo de Guerra 2

 

A brincadeira pode ser feita de quatro maneiras diferentes:

 

Tradicional - Uma corda é dividida igualmente ao meio e um lenço amarrado marca o meio da corda. De cada lado dela fica uma equipe.

Quando a brincadeira começa, cada equipe começa a puxar a corda para seu lado. Ganha a equipe que puxar a maior parte da corda para seu lado ao fim de um minuto.

 

Cadeia - São formadas duas equipes, cada uma com um chefe. Depois, desenha-se uma linha no chão para dividir o território de cada time.

Os dois chefes seguram, um de frente para o outro, uma vara atravessada por cima da linha.

As equipes formam uma fila atrás de seu chefe, segurando o que está na sua frente pela cintura. O primeiro da fila também segura o chefe pela cintura e todos o puxam para trás.

O objetivo é fazer o maior número de adversários atravessarem a linha ao fim de um tempo marcado.

Para tornar a brincadeira mais difícil, pode-se desenhar uma segunda linha, a 1,5 metro da primeira. Ganha a equipe que fizer a outra atravessá-la primeiro.

 

Em fileira - Uma linha é traçada no chão e duas equipes formam uma fileira de mãos dadas para cada lado. O primeiro de cada fileira dá a mão para o adversário.

O objetivo é fazer todos os outros jogadores adversários atravessarem a linha.

Quando um jogador é puxado para o lado do outro time, ele passa a fazer parte da equipe adversária.

 

Guloseima - Brincam duas pessoas.

No meio de um barbante amarra-se uma bala ou outro doce. Cada participante fica com uma ponta do barbante na boca e, quando a brincadeira começa, tem que, sem encostar a mão, fazer o barbante entrar em sua boca até chegar ao doce.

Quem chegar primeiro pode comê-lo.

Origem: Curvelo (MG)

 

Fontes: http://www.travinha.com.br/outros-esportes-oficiais/151-cabo-de-guerra/184-cabo-de-guerra-o-esporte

http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/671-cabo-de-guerra-1

 

 

 

 

                                          

                                                                       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Regras:

 

  • Cada partida tem duração de 60 minutos, sendo dividida em dois tempos de 30 minutos. Em caso de empate, prorroga-se o jogo, com dois tempos de 5 minutos;

  • O jogo é supervisionado por dois árbitros;

  • Tendo a posse da bola, o jogador tem o direito de dar apenas três passos. Em seguida, deve fazer algum movimento para passar a bola adiante;

  • É permitido que o jogador se desloque com a bola por mais de três passos quando ela é quicada continuamente no chão, como em um jogo de basquete;

  • É permitido a um jogador tomar a bola de um jogador adversário usando apenas uma mão e mantendo-a aberta. Não é permitido arrancar a bola da mão do adversário;

  • É permitido bloquear um jogador adversário com o próprio corpo. Caso o jogador use de agressões físicas, como puxões e empurrões, para impedir que o adversário faça gol, o juiz deve marcar um tiro de 7 metros, que é semelhante ao pênalti do futebol;

  • É proibida a permanência de um jogador na área do goleiro. É permitido, entretanto, que ele dê um salto e lance a bola enquanto está no ar;

 

Fonte: http://regrasdoesporte.com.br/tudo-sobre-handebol-regras-e-fundamentos.html

 

Pesquisando sobre o Handebol, encontramos outras formas de jogar Handebol, sobretudo no ambiente escolar:

 

Handebol Lúdico

Iniciar o desenvolvimento de fundamentos do Handebol através de atividades lúdicas.

 

1) Gol ambulante 

Os alunos divididos em duas equipes, sendo que cada equipe deverá eleger o seu goleiro que ficará andando ao redor da quadra (por cima das linhas do handebol ou outras) com um arco nas mãos (elevado).

As equipes deverão trocar passes e tentarão chegar até o seu arco para fazer um gol (jogando a bola através do arco). A outra equipe logicamente não deixará isto acontecer e vai tentar interceptar a bola e começar tudo de novo.

Poderão ser colocadas duas bolas.

 

2) Bobinho Handebol

O professor dividirá a turma em grupos de 5 alunos, onde 3 estarão passando a bola entre si enquanto dois serão os "bobinhos", ao tocar na bola, troca o aluno que errou o passe (Passes parabólicos por cima dos defensores não serão válidos).

 

3) Acerte o Alvo

Os alunos divididos em dois grupos que ficarão dispostos atrás das linhas de nove metros (um em cada). Cada aluno deverá ter uma bola, e no centro ficará uma bola de medicine Ball de 3 kg. Através de arremessos terão que acertar a medicine e fazer com que ela role atravessando uma determinada linha (a ser escolhida pelo professor). A outra equipe pode também impedir que a bola role através dos seus arremessos, e cada vez que alguma equipe conseguir fará um ponto.

 

Handebol Rápido

Dividir a turma em dois grupos. Em cada extremidade da quadra estará um cone.

A atividade começa quando o professor autorizar e funcionará da seguinte forma:

O grupo A será colocado de forma separada ao grupo B. O grupo que estiver com a posse de bola realizará passes até a zona próxima aos cones e ao atingí-la, tentará equilibrar a bola sobre ele. Vence o grupo que conseguir o maior número de bolas equilibradas dentro do tempo permitido e determinado pelo professor.

 

Handebol Bambolê 

O jogo (a duração de cada jogo se definirá com a quantidade de equipes formadas). Cada equipe será formada por 6 alunos. A equipe terá que trocar no mínimo 5 e no máximo 10 passes, podendo cada aluno permanecer 3 segundos com a bola.

Após o 10º passe o aluno será obrigado a arremessar a bola da onde estiver, será gol toda a vez que a bola passar por dentro do bambolê. O bambolê poderá ser pendurado em qualquer parte do gol. É recomendado que cada equipe conte em voz alta, para o professor poder acompanhar e verificar a equipe que ultrapassar os 10 passes.

 

Handebol Americano

Executar e aprimorar os passes, dribles, arremessos, corrida, movimentos de defesa e começar a vivenciar o jogo.

Um aluno será escolhido para começar a brincadeira sendo o pegador, os outros alunos estarão espalhados na quadra, ao inicio da atividade o pegador que estará com duas bolas de Handebol nas mãos, deverá encostar a bola nos seus companheiros.

O aluno que for queimado, deverá se juntar ao pegador inicial, os dois darão as mãos (formando uma corrente humana) e continuarão a brincadeira só que agora cada um com uma bola. A bola sempre ficará na extremidade da corrente humana.

 

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19832

 

 

 

 

Depois da vivência sobre esportes, pesquisamos um pouco sobre o Handebol: um pouco de sua história, suas regras e outras formas de jogar.

 

Sobre o Handebol

 

O handebol, ou andebol, é um esporte de origem alemã do século XIX.

 

Embora tenha sido inicialmente praticado exclusivamente por mulheres e ao ar livre, hoje é jogado tanto por homens quanto mulheres e em quadras tanto abertas quanto fechadas.

 

Em um jogo de handebol, é poribido o uso dos pés para o deslocamento da bola e o objetivo é a marcação de gols. Atualmente, é disputados em grandes âmbitos durante os Jogos Olímpicos.

 

 

 

 

 

 

A partir da leitura do texto "Lutas" (Marcos Neira, 2014) e das apreensões da aula do prof. Hugo, identificamos o conceito concedido a luta e os diferentes significados que lhe são atribuídos. O texto traz ao menos três significados: Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate.

 

Segundo Marcos Neira (2014), a luta "é uma prática corporal realizada entre duas ou mais pessoas que empregam técnicas específicas para mobilizar, desequilibrar ou atingir o oponente. Trata-se de uma forma de combate na qual os opositores atuam simultaneamente" (p. 90). 

 

As lutas caracterizadas como Modalidades de Combate são aquelas institucionalizadas, onde há a definição de Campeonatos e Rankings.

 

Já as Artes Marciais, em suas origens, tinham por base os conceitos da filosofia e da espiritualidade. Como ressalta Neira (2014), "Nas suas origens algumas lutas orientais possuíam conotoções filosóficas fundamentadas em crenças religiosas e visavam à preparação do praticante física e espiritualmente. Mais recentemente, tem sido bastante comum a prática da luta com finalidades competitivas, defesa pessoal, condicionamento físico, por razões profissionais ou até mesmo como forma de relaxamento das tensões do cotidiano, nas modalidades oferecidas pelas academias" (p. 91).

 

Nessa perspectiva, ao estudarmos a Luta como elemento da Cultura Corporal, acabamos por nos remeter diretamente a origem das Artes Marciais. Nos voltamos aos monges para obter melhor condicinamento físico e concentração, estudando o desenvolvimento de suas técnicas de meditação e concentração. Além do combate, inspirados pelos movimentos dos animais e pelo uso das ferramentas do trabalho no campo.

 

Observamos que esta prática foi dissemidada pela China - e em grande parte da Ásia - e, com o avanço da Modernidade, se expandiu para o resto do mundo, conquistando o Ocidente.

 

De acordo com as falas oriundas das vivências, afirmamos que as Artes Marciais Orientais mantém como base do treinamento o valor filósfico e espiritual, diferenciando-se das Práticas de Luta Ocidentais, como o Pancrácio (Antiga luta grega que consistia em socos, chutes, travamentos e outras imobilizações, onde tudo era permitido. A vitória vinha com a desistência de um dos participantes).

 

Uma caracterítica do Ocidente é a representação das lutas nos Jogos Olímpicos - que adquirem alto valor competitivo e acabam se caracterizando em "uma forma de espetáculo", onde se evidencia a maioria de espectadores em comparação a diminuição de praticantes.

 

Nesse cenário, nota-se que o surgimento de estilos de luta e modalidades de combate se desenvolve e se transforma ao longo da história humana. Até mesmo a Capoeira, que é tida como símbolo de resistência do negro - que fora escravizado e que vem resgatar valores da cultura afrobrasileira - é muitas vezes usada de forma a oferecer um "certo espetáculo exótico para turistas".

 

Nesse sentido, a possibilidade de trabalhar Lutas na escola é vasta. Entramos em contato com alguns exemplos que desmistificam a ideia de propagação da violência pela prática de lutas; e verificamos como um bom mapeamento, uma boa proposta pedagógica, pode ser abraçada por alunos e comunidade para estimular e difundir novas práticas corporais no ambiente escolar. Com tal vivência constatamos que é propício dar espaço a estas experiências na escola!

 

Como complementa a leitura de Neira (2014), em "As lutas na esola", a tematização das lutas na escola pode ocorrer de 2 formas:

 

"1) Mediante uma concepção e articulada às demais disciplinas, isto é, pelo desenvolvimento de projetos comuns. O estudo da história de uma determinada nação, por exemplo, pode incluir as lutas como parte do patrimônio do seu povo. 2) Tendo as lutas como tema central [...] Em ambos as formas, a prática pedagógica buscaria o reconhecimento das caracteríticas da luta estudada e os apectos identitários dos setores sociais que a criaram e praticaram. À ação docente caberia destacar como os sentdos atribuídos por aquele grupo cultural foram produzidos, questionando suas representações sobre a luta que praticam" (p. 101-102).

 

Depois das práticas, fica aquela vontade de saber mais. Pesquisando sobre as

lutas praticadas nas vivências, encontramos sites bacanas!

Fica a sugestão:

 

http://portaldekungfu.com/

http://www.fespt.com.br/

http://cbtkd.org.br/

 

 

 

 

 

 

 

Pesquisa: Lutas

Pesquisa: Esportes

Pesquisa: Ginástica

 

Pesquisa: Danças

A partir do estudo conceitual das danças e das vivências, é possível pensar meios de trabalhar o tema na escola.

Observa-se que através da tematização da dança pode-se promover em sala de aula leituras críticas da sociedade. Inclusive, durante as vivências, tivemos um exemplo vivo, com o grupo Pastiche, que através do trabalho com o samba vem (re)contar a história do negro e quebrar estereótipos.

 

Segundo Marcos Garcia Neira (2006), a escola é uma instituição responsável por criar e recriar cultura. Nesse sentido, promover trabalhos reflexivos aos alunos é tarefa essencial.

 

“As atividades didáticas devem prever situações de estudo e análise histórica da modalidade, as razões de suas transformações, a compreensão do seu significado no contexto social de origem e, finalmente, as crianças precisam ser convidadas a descobrir e sugerir suas próprias formas de dançar [...] (NEIRA, 2006, p. 67).

 

Considerando que a criança está em contato com a cultura corporal que a rodeia, propor uma tematização com as danças na escola seria permitir que as crianças se reconheçam a partir de si e do outro na troca de experiências.

 

“Os indivíduos se reconhecem e se diferenciam a partir do outro. Por isso, as atividades devem permitir que todas as crianças participem, se divirtam e aprendam, independentemente das características individuais. Assim sendo, é importante que os educadores tenham, como princípio norteador, a convivência social inclusiva, que incentivem e promovam a criatividade, a solidariedade, a cidadania e o desenvolvimento de atitudes coletivas” (NEIRA, 2006, p. 76).

Na temática Ginástica e Cultura, iniciamos os trabalhos com a leitura do texto SOARES, C. L. Educação do corpo: a rua, a festa, o circo, a ginástica. In: Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 17 a 29.

 

Nesta primeira aula – que envolveu uma parte mais teórica – abordamos momentos de apreensão e discussão sobre os conceitos da ginástica.  A partir da leitura de Soares (1998), identificamos a ginástica como um movimento de “educação do corpo”.

 

Como salienta Soares (1998), “desde a infância, ou melhor, sobretudo nela, deve incidir uma educação que privilegie a retidão corporal, que mantenha os corpos aprumados, retos [...] que os mantenha em verticalidade. [...] É, portanto, a gradativa aceitação dos princípios de ordem e disciplina [...] que vai, pouco a pouco, afirmar a Ginástica como parte da educação dos indivíduos” (p. 18).

 

Num outro momento da aula, discutimos a ginástica como experiência na escola, através do relato de prática da professora Jaqueline, que contemplou a questão “Ginásticas: Saúde e Lazer x Competições”.

 

Diante desse cenário, fomos para as aulas práticas, onde pudemos ter um contato mais próximo com os movimentos básicos da ginástica – só para retomar alguns: rolamentos, parada de 2 e 3 apoios, estrela ou roda, pontes, avião, entre outros.

 

O texto base para as vivências foi NEIRA, M. G. “Ginástica na escola”; “Orientações Didáticas” e “Relato de Experiência”. In: In: Práticas corporais: brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. São Paulo: Melhoramentos, 2014. p. 168-189.

 

A partir da leitura de “Ginásticas na escola” (Neira, 2014) e das vivências, observamos caminhos possíveis para se trabalhar ginástica na escola. Nas vivências experimentamos novos movimentos e através da coreografia musicada, percebemos que a ginástica pode chegar a todos.

 

Como ressalta Neira (2014), “o tratamento pedagógico de qualquer das modalidades ginásticas tem como função principal permitir que as crianças concebam-na enquanto patrimônio cultural materializado pela linguagem corporal de determinado grupo, a fim de que compreendam, reconheçam e respeitem esse repertório” (p. 169).

 

Nesse sentido, cabe ao professor problematizar a ginástica enquanto tema gerador para que as próprias crianças venham agir como produtoras de cultura.

 

“A linguagem corporal é um dos aspectos da cultura. [...] Ao travar contato com a prática corporal, o sujeito atribui-lhe significados. A pessoa que lê um produto cultural, seja ela criança ou adulto, dialoga com ele, com seu autor e com o contexto em que ambos estão referenciados. Relaciona-se com seus signos e elabora uma compreensão dos seus sentidos, procurando reconstruir e apreender sua totalidade. Nessa relação, atribui significados através da articulação entre a experiência nova provocada pelo que vê e ouve (de estranhamento, surpresa, assombro e inquietação) e a experiência pessoal acumulada pela interação com outros produtos culturais, representações e conhecimentos acessados nas práticas sociais vivenciadas nos espaços familiares, escolares, comunitários etc. A leitura é um ato de criação, é uma coautoria. Aquele que lê um texto cultural continua a produção do autor ao tomar para si o processo de reflexão e compreensão. No contexto pedagógico, a leitura como ato de criação, e não como atitude passiva ou olhar conformado que apenas reproduz, é acompanhada de uma ressignificação, de uma apropriação” (NEIRA, 2014, p. 170).

 

Diante dessa perspectiva, apreendemos que o trabalho com a temática no espaço escolar permite um amplo alcance, além de promover experiências e possibilidades tanto únicas quanto coletivas. 

A dança pode expressar mensagens variadas, denotar diferentes objetivos e preocupações. Desse modo, quando se dança há todo um emaranhado de signos em contexto, um modo de se “ver o mundo”. O que se gostaria de expressar com a dança?

Segundo Denise Da Costa Olive Siqueira (2010), a dança pode ter um objetivo artístico e/ ou estético e adotar um caráter de celebração, que pode ir do religioso ao militar.

 

Nesse sentido, “a dança é um sistema simbólico composto de gestos e movimentos culturalmente construídos e faz parte da vida das sociedades desde os tempos arcaicos” (SIQUEIRA, 2010, p. 93).

 

Siqueira (2010) apresenta três elementos constitutivos da dança: Música, Ritmo e Espaço. E aborda três momentos de transformação dos significados da dança: Clássico, Moderno e Contemporâneo.

 

Na dança clássica há a marca do enredo – da história. Os significados estão colados no conteúdo. Tem uma influência religiosa e uma preocupação com o virtuosismo. Na dança moderna, já começa a se ver a entrada da racionalidade técnica nos movimentos do corpo e aqui a dança assume ares de treinamento e técnica.

 

“No lugar da graça e elasticidade de pernas e braços exploradas amiúde no balé, a dança modera pôs todo o corpo a trabalhar, privilegiando não apenas os membros, mas principalmente o tronco – fonte de respiração, visto [...] como centro gerador de todo o movimento. Com o desenvolvimento técnico, aceitação pelo público e reconhecimento por críticos, a dança moderna mostrou que o balé acadêmico não poderia mais dominar o campo cênico” (SIQUEIRA, 2010, p. 101-102).

 

Já na transição do moderno para o contemporâneo, a dança sai do teatro e ocupa outros espaços: ruas, igrejas, etc. Nesse momento a dança assume um papel mais político, de intervenção.

 

“Dança contemporânea é um conceito ‘guarda-chuva’ que abarca construções coreográficas muito diversas de variados lugares e culturas ao redor do mundo. [...] a dança contemporânea é hoje uma construção estética consistente [...] A formação dos bailarinos e coreógrafos geralmente reúne variadas experiências corporais como artes marciais, esportes, danças de estilos e gêneros variados [...]. O resultado é um trabalho corporal que pode explorar tanto a verticalidade quanto o contato com o chão” (SIQUEIRA, 2010, p. 107).

 

 

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